Dia da Enfermagem: conheça histórias de enfermeiras da Rede Sesa que fazem a diferença em suas profissões

12 de maio de 2025 - 10:20 # #

Assessoria de Comunicação do Hias
Texto e fotos: Levi Aguiar

Entre os dias 12 e 20 e maio, comemora-se, no Brasil, a Semana da Enfermagem, sendo dia 12 o Dia do Enfermeiro e 20, o Dia do Auxiliar e Técnico de Enfermagem. As datas relembram figuras emblemáticas para a área, como Florence Nightingale, marco da Enfermagem moderna no mundo, e Ana Néri, pioneira da Enfermagem brasileira. Para celebrar as datas, você confere hoje histórias de profissionais que fazem a diferença na Saúde do Ceará, em série especial de duas matérias em homenagem às profissões.

Na sala onde lidera o Núcleo Gestor do Hias, a enfermeira reflete sobre quatro décadas de atuação na enfermagem e no serviço público

“Acredito que o meu legado seja o cuidado.” É assim que Moema Diogo, enfermeira e servidora pública há quatro décadas no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), resume sua missão de vida. “Assim como cuidei dos meus filhos e dos pacientes ao longo da minha trajetória na assistência, hoje cuido de mim, dos meus pais, e sigo pensando estratégias humanizadas para acolher as crianças que chegam ao Hospital”, afirma.

Mãe de Orlando, Thaís e Maíra, e avó orgulhosa do pequeno Lorenzo, Moema é movida por três grandes paixões: a família, a dança — especialmente o forró e o bolero — e a profissão que abraçou por vocação. “Quando estou de folga, adoro dançar, estar com minha família, passear com minha cachorrinha, ouvir Enya e alimentar minha espiritualidade. Mas, acima de tudo, o que mais me completa como pessoa é cuidar do outro. Foi por isso que escolhi ser enfermeira”, compartilha com serenidade.

Transformação de vidas

Em registro no centro cirúrgico do hospital, a profissional conduz criança em atividade de brinquedoterapia (Foto: Arquivo pessoal)

Ao longo de sua trajetória no Sistema Único de Saúde (SUS), Moema esteve à frente de iniciativas que marcaram a assistência pediátrica no Ceará e ganharam destaque, como os projetos “Cirurgia Sem Medo” e “Mãos que Sustentam”.

Em 1995, idealizou o Cirurgia Sem Medo, um projeto criado para tornar a experiência cirúrgica infantil mais acolhedora e menos traumática. A proposta, baseada no brincar terapêutico e na preparação lúdica para o procedimento, transformou o ambiente do centro cirúrgico em um espaço de acolhimento e imaginação. Esse modelo de ambiente mais humanizado e voltado para a criança, persiste até hoje no Hias.

Matéria jornalística do ano de 1995 registra o início do projeto Cirurgia Sem Medo (Arquivo pessoal)

“Via um ambiente frio, cinza e apressado. Comecei a estudar sobre brinquedoterapia e desenvolvimento infantil e, junto com colegas, criamos um espaço lúdico na sala de pré-anestesia. Durante esse processo, tudo vira brincadeira: o foco cirúrgico se transforma em nave espacial, o monitor um robô, o oxímetro um vaga-lume. A criança entra no mundo da fantasia antes de se submeter ao procedimento”, relembra.

Já em 2023, Moema participou da criação e implementação do programa Mãos que Sustentam, um serviço interdisciplinar implementado no Hias que visa oferecer um atendimento integral e humanizado a crianças e adolescentes em tratamento cirúrgico. Uma das ações destacadas do programa é a realização de cirurgias de correção de coluna, especialmente em casos de escoliose idiopática progressiva.

Leia mais: Cirurgia recupera qualidade de vida de crianças com escoliose grave no Hias; procedimento impacta saúde física e psicológica dos pacientes

Quatro décadas de amor e dedicação ao SUS

Para Moema, vida pessoal e profissional são quase inseparáveis. “Em 2025, além de completar 62 anos, celebro 40 anos de atuação na saúde pública. Ser servidora é um presente de Deus. Vivemos em uma sociedade marcada por desigualdades, e poder contribuir com a saúde pública é, para mim, uma missão de vida. Vibro a cada vez que consigo impactar positivamente a vida de alguém”, afirma com emoção.

A escolha pela enfermagem foi impulsionada ainda na juventude, marcada pela convivência com a doença do pai. “Meu pai tinha asma crônica e aquilo me impactou muito. Eu sempre quis aliviar o sofrimento dele, e por isso fui para a área da saúde. Esse trato com o outro eu carrego para todo lugar que eu vou”.

Conforme a enfermeira, cuidar é mais do que uma técnica: é um ato de empatia, de escuta e de compromisso com a dignidade do outro. “A vida não é só correr de plantão em plantão. A gente precisa pensar na qualidade do cuidado. Esse é o legado que quero deixar: paixão pela Enfermagem e pela saúde pública”, conclui.