Leucemia é o tipo de câncer mais comum na faixa etária pediátrica; CPC do Hias é referência no diagnóstico e no tratamento |
Sex, 18 de Fevereiro de 2022 14:00 |
Elisa, 10, foi diagnosticada com a doença durante a pandemia e, há oito meses, está em fase de manutenção O Instituto Nacional do Câncer (Inca) define a leucemia como uma doença maligna dos glóbulos brancos, caracterizada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Nos pacientes com leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética, transformando-a em uma célula cancerosa. Segundo a oncologista e hematologista pediátrica Viviany Viana, profissional do Centro Pediátrico do Câncer (CPC), unidade oncológica do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), as leucemias são as causas de câncer mais prevalentes na faixa etária pediátrica, respondendo por 30% de todos os tipos de câncer que acometem os indivíduos entre zero e 18 anos de idade, sendo a leucemia linfóide aguda (LLA) a mais frequente. No CPC, 135 crianças e adolescentes com LLA estão em tratamento, de um total de cerca de 500 pacientes atendidos na unidade. “Enquanto familiares, sociedade e profissionais de saúde, devemos ficar atentos quando as crianças e os adolescentes mudam seu estado geral, ficam adinâmicos, menos ativos, apresentam palidez, sangramentos ou manchas arroxeadas, sem uma explicação plausível e, principalmente, quando são persistentes, pois, apesar de poderem não indicar nada mais grave, em alguns casos, são decorrentes de quadros de leucemia”, alerta Viana. Foi o caso da Elisa, 10, filha da professora Hellen Holanda. Em agosto de 2020, em plena pandemia de covid-19, a menina foi diagnosticada com LLA tipo-B, após apresentar febre em dias alternados e manchas roxas no corpo. A menina fez um hemograma completo e, após o resultado, a família foi aconselhada a procurar a Emergência do Hias, equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), onde foram realizados vários exames até o diagnóstico definitivo. Neste Fevereiro Laranja, mês da campanha dedicada ao combate à leucemia, especialista do Centro Pediátrico do Câncer (CPC) fala sobre sinais de alerta, diagnóstico e tratamento da doença “Levamos a Elisa para a Emergência do Albert Sabin, mas achávamos que era apenas uma infecção. Quando recebemos o diagnóstico de leucemia, nosso mundo caiu. Nem nos nossos piores pesadelos imaginaríamos uma situação dessas. Nunca houve caso semelhante em nossas famílias. E a relação do câncer com a morte é muito grande. A Elisa, sempre muito enérgica, ficou logo abatida, tristonha e calada. Como pais, sofremos muito com e por ela. Eu, como mãe, me aliei à fé e à esperança de dias melhores”, relembra Hellen. Tratamento e manutenção O tratamento da leucemia, em geral, dura entre dois anos e dois anos e meio. Nos primeiros seis meses, é indicada uma quimioterapia mais intensiva, em que o paciente precisa estar no hospital com maior frequência, estando sujeito também a mais intercorrências e efeitos colaterais. Após essa primeira fase, é iniciada a manutenção, cujo principal objetivo é evitar a recaída da doença. “Nessa fase, os pacientes costumam vir ao hospital uma vez por semana para sessões de quimioterapia e fazem uso de uma quimio oral em casa que, normalmente, não traz tantos efeitos colaterais quanto a fase inicial do tratamento. Nesse período, usualmente, as crianças conseguem voltar parcialmente para suas atividades da vida diária, como ir à escola e o convívio com a família”, detalha a médica. Elisa está há oito meses na fase de manutenção (metade do tempo previsto nesta etapa do tratamento). O momento foi muito esperado por ela e pela família. “Hoje estou na manutenção, graças a Deus. Eu esperei muito por esse momento. Sempre perguntava para minha mãe quando chegaria a minha manutenção”, celebra Elisa, que vem retomando aos poucos a rotina anterior à doença. Já frequenta a escola, brinca com as outras crianças e faz alguns passeios. “Era o que ela mais sentia falta durante o tratamento: o convívio com os demais”, afirma a mãe. Após o período de manutenção, vem a etapa final do acompanhamento, na qual os pacientes são encaminhados para o ambulatório de follow-up (pós-tratamento). Este seguimento dura dez anos e, nesta fase, o objetivo é acompanhar o paciente, não só para diagnosticar possíveis recaídas, mas também para observar como ele está se desenvolvendo e quais são os efeitos colaterais que podem ser duradouros do tratamento quimioterápico que foi feito. Diagnóstico precoce Ao primeiro sinal de que algo não está normal com o paciente, os responsáveis devem procurar assistência médica em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com as equipes de Saúde da Família (eSF) ou com o pediatra assistente da criança. Quando algum desses profissionais identifica que existe suspeita de leucemia ou algum outro tipo de câncer, ele pode fazer o encaminhamento direto, sem agendamento prévio, para o CPC. A unidade conta com um ambulatório de diagnóstico precoce, que funciona sob demanda, onde a criança ou o adolescente já são avaliados por um oncologista que vai proceder a investigação diagnóstica, se pertinente. O paciente precisa estar estável clinicamente, em condições de aguardar uma consulta ambulatorial. Se ele não estiver bem, com exames muito alterados, a família deve procurar a emergência do Hias e, chegando lá, será feita uma triagem com os médicos plantonistas – que vão acionar o oncologista para um parecer, se necessário. “Nós temos feito várias campanhas de diagnóstico precoce e temos tentado constantemente orientar os profissionais de saúde e a população em geral, pois o câncer pediátrico tem um estigma, as pessoas não querem sequer pensar nessa possibilidade. Felizmente, o câncer na faixa etária pediátrica é uma doença rara, mas ele acontece. Não queremos trazer pânico para ninguém, mas a gente precisa contar com a sociedade para ficar atenta aos sinais que podem ser um indicativo da doença, afinal, quanto antes diagnosticada, maior o índice de cura”, sublinha Viviany Viana. Centro Pediátrico do Câncer O CPC do Hias é uma unidade de referência no diagnóstico e no tratamento do câncer infantojuvenil nas regiões Norte e Nordeste. Sua estrutura conta com 94 leitos, entre eles salas de quimioterapia para atendimento ambulatorial, consultórios médicos, unidades de internação, leitos exclusivos para paliação e uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) exclusiva para pacientes oncológicos pediátricos com dez acomodações – a única do Estado do Ceará –, além de brinquedoteca, projeto ABC + Saúde e atendimento psicológico. A unidade atende cerca de 500 pacientes em tratamento. Em média, são diagnosticados 200 novos casos por ano; em 2021, foram 236 pacientes diagnosticados com algum tipo de câncer. No ano passado, o CPC realizou, em média, 12.500 atendimentos ambulatoriais e 6.700 sessões de quimioterapia.
Assessoria de Comunicação Hias
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